![]() Várias investidas são direcionadas contra o Decálogo, especialmente contra o quarto mandamento, e de acordo com as profecias esses ataques serão intensificados à medida que o segundo advento de Jesus se aproxima (Apocalipse 12:17 cf. Apocalipse 13:5-6, Daniel 7:25). Dentre essas hostilidades, encontra-se o falso ensino atribuído ao verso de Mateus 5:17. Segundo os opositores da lei de Deus, o verbo "cumprir" em Mateus 5:17, indica que Jesus cumpriu as exigências da lei para que o homem ficasse livre dos deveres estabelecidos por ela; restando-lhe apenas a "fé" para resolver todas as coisas.
Interpretação inconcebível e ultrajante ao plano de salvação(a). Os anomianistas não medem esforços na elaboração de ideias que favoreçam os seus próprios interesses e, silencie a consciência quanto à falta de compromisso para com Deus e Sua lei.1 E esta grosseira interpretação é aceita por vários membros da igreja Evangélica Assembleia de Deus devido ao comodismo que ela propõem, mesmo estando cientes de que a Bíblia e as publicações oficiais da IEAD são contrárias à citada heresia. Esta espontânea atitude manifestada por tais indivíduos evidencia ainda que, o Espírito Santo, esta sendo ou já foi afastado definitivamente de suas vidas.2 Apesar disso, vejamos o que as Sagradas Escrituras ensinam sobre estas questões e, paralelamente, analisemos o posicionamento da literatura assembleiana.
"Mas Cumprir"
A flexão verbal, "cumprir", utilizada em Mateus 5:17 provém do verbo grego "pleroo", que significa: satisfazer; completar; exercer completamente; preencher ao máximo; realizar obrigações; fazer a vontade de Deus (conforme a Sua lei), fazer cumprir as promessas de Deus (dadas pelos profetas).3
Em nenhum momento o verbo "pleroo" transmiti a ideia de que algo foi realizado ou praticado por alguém com o intuito de liberar outros de seus respectivos deveres. Jesus Cristo não veio cumprir, exercer ou atender as reivindicações da lei, para que ela fosse abolida da vida dos cristãos. A "Bíblia de Estudos Aplicação Pessoal", da editora Casa Publicadora das Assembleias de Deus, comenta devidamente o uso do verbo "cumprir" (pleroo) nas seguintes palavras:
E o próprio contexto de Mateus 5:17 elimina a falsa interpretação de que Cristo cumpriu, praticou ou satisfez as exigências da lei para que os demais ficassem isentos de obedecê-la:
A "Bíblia de Estudo Pentecostal", também da editora Casa Publicadora das Assembleias de Deus, traz em suas notas de rodapé(b) uma abordagem harmoniosa de Mateus 5:17:
"Até que tudo se cumpra"
A palavra "lei" usada no verso acima provém do substantivo grego "nomos", e equivale ao hebraico "torah". O termo "nomos" apresenta os seguintes significados: 1. lei, comando ou regra instituída por Deus; 2. lei mosaica; 3. instrução moral ensinada por Cristo; 4. relativo ao contexto, pode abranger todo o Pentateuco.5
Quando as definições de "nomos" são consideradas no contexto de Mateus capítulo 5, chega-se a conclusão que esta palavra, no capítulo em pauta, compreende toda vontade revelada de Deus(d). E obviamente isso envolve o Decálogo, porém, não se restringe unicamente a ele como alguns imaginam. Este detalhe é de fundamental importância para que se entenda a expressão "até que tudo se cumpra" de Mateus 5:18, pois nesta afirmação, Cristo refere-se ao cumprimento dos símbolos e cerimonialismo prescritos na lei(e) que apontavam para o Seu sacrifício, assim como o cumprimento das profecias relacionadas a Ele (Lucas 24:44). Portanto, em Seu discurso, Jesus revelou que veio cumprir (atender, realizar) a parte cerimonial da lei através de Sua pessoa,6 e, também, cumprir (praticar) a parte moral da mesma:
![]() Posteriormente, Cristo exemplifica esta questão citando dois preceitos do Decálogo, transmitindo deste modo a abrangência e vigência de seus mandamentos (Mateus 5:21-28). O teólogo assembleiano Lawrence Richards a este respeito comenta:
E o teólogo assembleiano Orlando Spencer Boyer reforça o posicionamento de Lawrence, dizendo:
Considerações finais
Após o comparativo entre os ensinos escriturísticos e a literatura oficial da igreja Assembleia de Deus, fica evidente que os ataques contra a lei que os membros desta igreja promovem estão baseados em suas próprias convicções, algo totalmente independente e alheio aos ensinos da Bíblia. Além de não possuírem apoio das Sagradas Escrituras, eles são reprovados por teólogos e comentaristas bíblicos da própria IEAD como foi observado. Geralmente essas perseguições estão associadas ao orgulho próprio e a falta de compromisso com Deus. Observa-se ainda que os diversos mitos que afrontam o Decálogo têm como objetivo principal atingir o quarto mandamento, este preceito é sem dúvida o foco de toda perseguição contra a lei de Deus.
b. As referências bíblicas foram suprimidas nesta transcrição.
c. Acesse: Lei Moral & Lei Cerimonial
d. Salmos 119:1 e 33; Provérbios 3:1-4 cf. Hebreus 10:16-17; Mateus 7:12; João 1:45; Romanos 3:21.
1. Romanos 1:22-25; Romanos 8:5-9; I Timóteo 4:1-2; Tito 1:15.
2. João 14:23-25; Isaías 30:21; Marcos 3:29 cf. I João 3:4; João 15:10 cf. I João 5:1-3, I João 2:4.
3. STRONG, J. (2002). Nueva Concordancia Strong Exhaustiva. Publisher: Thomas Nelson; (referência n.º 4137).
4. Bíblia de Estudos Aplicação Pessoal. (2004). Rio de Janeiro: CPAD, p. 1387; (comentários sobre Lucas 16:16-17).
5. GNESIUS. (1950). Hebrew and Chaldee Lexicon to the Old Testament Scripture, London: Samuel Bagster & Sons; STRONG, J. ob. cit.; (referência n.º 3551).
6. Hebreus capítulo 9; João 1:29 cf. Apocalipse 13:8; João 5:39 cf. Isaías capítulo 54.
7. RICHARDS, L. O. (2008). Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, 3.ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, p. 25-26.
8. BOYER, O. S. (2009). Espada Cortante, vol. I, Rio de Janeiro: CPAD, p. 302; (Mateus: O evangelho do Rei, cap. 5).
Outros estudos:
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